Falta sinalização e sobram buracos nas ruas de Santa Maria

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Além dos buracos nas ruas, motoristas, pedestres e ciclistas enfrentam outro problema no dia a dia em Santa Maria: a sinalização de trânsito. O principal problema é a pintura fraca, ou mesmo inexistente, das faixas de pedestres e das pistas para indicar a direção.

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Na tarde de ontem, a reportagem do Diário percorreu quatro vias de grande fluxo para avaliar a sinalização de trânsito. A equipe esteve acompanhada pelo professor de legislação de trânsito José Milton Mendes de Paula, que atuou por 25 anos na área. Ele afirma que, no trânsito, motoristas e pedestres precisam ter atenção redobrada. Segundo Paula, o condutor deve ter mais atenção ainda. Para isso, é importante que haja sinalização adequada nas vias. Nesse aspecto, as vias analisadas deixaram a desejar.

- Santa Maria está pecando nisso (na falta de sinalização). Assim, complica toda a mobilidade do município, das pessoas, dos veículos e dos ciclistas. Tem de estar sinalizado e, também, ter iluminação para o condutor ter boa visibilidade. A gente não pode esperar que o acidente ocorra para depois resolver o problema - avalia o professor. 

A Avenida Medianeira foi considerada a pior pelo especialista. A pintura na pista, principalmente das faixas de segurança, está apagada, o que deixa o trânsito confuso, principalmente à noite (confira a avaliação de cada via abaixo).

INVESTIMENTOS
A prefeitura de Santa Maria informa que, neste ano, foram investidos R$ 60 mil na sinalização, entre equipamentos e materiais de consumo. A Secretaria de Mobilidade Urbana contava com estoque de tinta e, além disso, recebeu diversos materiais provenientes de medidas mitigadoras com empreendimentos do município. O Executivo diz saber sobre a sinalização das vias avaliadas pela reportagem e, aos poucos, vem revitalizando-a.

- Desde que assumimos a Secretaria, há cinco meses, estamos reformulando algumas questões administrativas e de pessoal para poder atender esta demanda - afirma o titular da pasta, João Ricardo Vargas.

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A tinta usada segue as normas da legislação de trânsito.

FAIXAS CONFUSAS NA MEDIANEIRA

Para o professor Paula, há duas faixas de pedestres na Avenida Medianeira, perto da Rua João Belém (foto), que apresentam perigo. Uma delas não deveria existir, pois fica em frente a uma parada de ônibus. O ideal seria pintar de preto para não confundir. "Para quem passa por ali, as duas faixas estão ativas, mas a questão é problemática, porque o pedestre pode acabar atravessando na faixa e não enxergar se vem carro", afirma.

As placas existem, mas uma delas, que indica a presença de faixa de segurança em frente ao supermercado Nacional, está muito distante do ângulo da visão periférica do condutor e em local alto. Em alguns trechos, a divisão das três faixas está apagada. Há placas que estão fora do padrão.

PLACAS CORRETAS NA ÂNGELO BOLSON

Conforme Paula, a Avenida Ângelo Bolson não apresenta muitos problemas. Faltaria uma placa (no sentido Medianeira-Presidente Vargas) alertando que é possível fazer o retorno. Há placas sinalizando que é proibido retornar no intervalo dos canteiros centrais. O especialista explica que, nesses casos, quando não há placas sinalizadoras, tudo indica que pode ser feito o retorno, o que não é o caso da avenida.

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O meio-fio está pintado dos dois lados. As faixas de segurança estão pintadas, e existem placas alertando para os quebra-molas.

FALTAM PLACAS NA PRESIDENTE VARGAS

As placas que indicam a velocidade permitida para passar em frente ao Hospital de Caridade e que é proibido buzinar teriam que ser remanejadas e estar mais próximas do hospital. "Na esquina, como ela está, há um poste que atrapalha a visão do condutor, além de estar na diagonal. Além disso, falta a placa auxiliar, a azul com a cruz vermelha, que indica hospital e, junto dela, a placa de regulamentação que proíbe que o condutor buzine. Deveriam haver mais placas perto do hospital", diz o professor.

A maioria das faixas de segurança está apagada: "Precisam de uma revitalização urgente. Isso tudo está deixando pedestres e condutores confusos, principalmente à noite", alerta.

AUSÊNCIA DE FAIXAS NA ACAMPAMENTO

A situação da Rua do Acampamento é semelhante a das demais vias avaliadas pela reportagem. Na principal rua do comércio de Santa Maria falta a sinalização do meio-fio, pintura das faixas de pedestres e das setas indicadoras no asfalto para orientar os motoristas.

No entroncamento com a Avenida Medianeira, há sinaleira apenas para veículos, com ausência de semáforo para pedestres. As faixas de segurança estão apagadas (foto), oferecendo risco para quem anda a pé pelo local.

O ROTEIRO

Como foi feita a reportagem da sinalização de trânsito:

• Entre 13h30min e 14h30min de ontem, o Diário percorreu quatro trechos de grande fluxo de veículos na zona central da cidade. O roteiro começou pela Avenida Medianeira, contornou pelas avenidas Ângelo Bolson e Presidente Vargas e se encerrou no cruzamento da Rua do Acampamento com a Medianeira
• O trajeto foi acompanhado pelo professor de legislação de trânsito José Milton Mendes de Paula, 67 anos, que atuou por 25 anos na formação de condutores e ministrou aulas na Brigada Militar
• A análise incluiu a sinalização horizontal (pintura na pista) e vertical (placas e sinaleiras)